A breve sobrevida conquistada por André Coutinho com os embargos declaratórios parece ter sido usada para algo muito mais sombrio que preparar sua defesa.
No dia do próprio aniversário, o prefeito cassado teria reunido seus vereadores em um encontro tenso, onde, segundo fonte, André teria o pedido que queria como presente de aniversário a “cabeça de Neto em uma bandeja de prata”, evocando a cena bíblica de Herodíades exigindo a cabeça de João Batista. O gesto teria servido para pressionar a base a apoiar uma possível manobra desesperada contra o Judiciário e contra a ordem institucional da Câmara. A mesma fonte acrescentou que, na reunião, teria surgido até a afirmação de que “em Brasília já estaria tudo resolvido”.
O ambiente descrito é de caos. Um dos vereadores, aquele ligado à operação Xeque-Mate teria se oferecido para “tocar terror” na sessão da Câmara, prometendo intimidação e tumultos. A reunião ocorreu no dia seguinte ao voto fulminante do presidente do TRE-PB, o desembargador Oswaldo Trigueiro, e das declarações do relator Kéops de Vasconcelos, que afirmou existirem provas suficientes da infiltração de criminosos na gestão municipal.
No centro dessa tempestade está o vereador Edvaldo Neto, primeiro na linha sucessória e alvo de ataques, perseguições e vigilância irregular promovida por aliados de Coutinho, segundo fontes. A escalada de hostilidades mostra que, enquanto o cassado tenta resistir ao inevitável, cresce uma máquina de retaliação contra quem deve assumir legitimamente a prefeitura. Cabedelo observa um enredo que combina desespero, teatralidade e risco real à ordem institucional, num momento em que a lei tenta prevalecer sobre as sombras.

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